Poraquê (enguia elétrica) – relato de caso

FATOS & MITOS
CASO CLÍNICO
Dr David Szpilman – Diretor Médico da SOBRASA
Vídeo enviado por: Maj Samuel – CBMRO

O Poraquê (Electrophorus electricus) é uma espécie de peixe que pode chegar a dois metros de comprimento e pesar cerca de vinte quilos. É uma das conhecidas espécies de peixe-elétrico, com capacidade de geração elétrica que varia de trezentos volts a cerca de 0,5 ampères até cerca de 860 volts a cerca de três ampères.
O termo “poraquê” vem da língua tupi e significa “o que faz dormir”, em referência às descargas elétricas que produz. Além deste nome, também é chamado de enguia, enguia-elétrica, muçum-de-orelha, pixundé, pixundu ou peixe-elétrico (embora não seja o único peixe-elétrico existente).
É típico da Bacia amazônica e rios do estado brasileiro do Mato Grosso, Rondônia e em quase toda a América do Sul.

No entanto, enquanto os outros peixes usam suas fracas descargas de 10V a 15V para comunicação e navegação, o poraquê (também conhecido como enguia elétrica com 3 espécies diferentes) usa elétrica para caça e defesa. Um deles consegue produzir uma descarga elétrica de 860 volts – voltagem 8 vezes maior que as tomadas comuns de 110V. A eletricidade natural dos poraquês vem de células chamadas eletrólitos em número estimado de 6.000 e agrupados em três órgãos.

Mas, apesar da alta tensão elétrica, não é letal ao ser humano: seu choque é rápido, além de possuir uma amperagem muito baixa. “Quando ele descarrega da primeira vez, o choque dura de 1 ou 2 segundos, e ele ainda precisa de um tempo para recarregar”, disse à BBC o pesquisador brasileiro Carlos David de Santana, que já recebeu diversos choques do peixe.
(Fonte https://super.abril.com.br/ciencia/novo-peixe-eletrico-amazonico-da-choque-8-vezes-maior-que-uma-tomada/)

Discussão do caso em questão
O rapaz recebe a descarga do Poraquê e seu comportamento lembra uma crise convulsiva, onde houve acionamento involuntário de todas as musculaturas com perda de controle motor e possivelmente alguma desorientação observada, mas que não o impediu de se salvar sozinho.

Como proceder para ajudar?
Após a primeira descarga, existe uma lacuna para fazer o socorro à vítima sem receber nenhuma descarga elétrica. Este é o momento de realizar o resgate a área seca. Como o choque é limitado, o paciente recupera bem após alguns minutos.

Em regiões de “Enguia elétrica” a única forma de evitar um choque é não entrando na água.

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Dr David Szpilman

Dr David Szpilman - Sócio Fundador, Ex-Presidente, Ex-Diretor Médico e atual Secretário-Geral da SOBRASA; Ten Cel Médico RR do CBMERJ; Médico do Município do Rio de Janeiro; Membro do Conselho Médico e Prevenção da International Lifesaving Federation - ILS; Membro da Câmara Técnica de Medicina Desportiva do CREMERJ. www.szpilman.com