Meu nome é Igor Galati, sou um “Emergencial Medical Technician” (socorrista), e guarda-vidas no departamento “Ocean Rescue na Flórida”, USA.
Em 27 de outubro de 2019, eu estava nadando no oceano e fui atingido por uma caravela portuguesa, que afetou minhas costas, pernas, braços, pescoço e orelha.
Eu fui capaz de nadar diretamente para a areia com muita dor e pedi ajuda.
Quando deixei o oceano, percebi que havia tentáculos pendurados em todo o meu corpo.
Outro guarda-vidas veio me resgatar e tentou raspar os tentáculos com um cartão de plástico.
Comecei a sentir cãibras na minha cintura, pernas e pés, falta de ar e confusão mental.
A dor era tão forte que eu não conseguia suportar e estava realmente agitado.
Os Bombeiros chegaram em poucos minutos, tentei cooperar com eles, mas não consegui, porque estava muito confuso e desorientado e eles me colocaram na maca e me deram Oxigênio, soro e morfina. Eles me trouxeram para o hospital mais próximo, onde eu fui melhor medicado e, me banharam com vinagre e eu fiquei cerca de 30 minutos em um banho quente.
Depois de algumas horas, eu estava me sentindo melhor e pude ir para casa.
Hoje é 29 de outubro e tenho sentido que o efeito dos medicamentos já passou e estou sentindo dores musculares da cabeça aos pés. No entanto, as marcas de queimadura diminuíram.
NO ORIGINAL
My name is Igor Galati, I am an EMT Lifeguard Ocean Rescue in Florida, USA. On Oct 27, 2019, I was swimming in the ocean and was stung by a group of Portuguese Man of War, which hurt my back, legs, arms, neck and ear.
I was able to swan directly to the shore line with a hard pain and asked for help. When I left the ocean, I realized that there were tentacles hanging in all over my body.
Another lifeguard came to rescue me and tried to scrape the tentacles off with a plastic card. I started to feel cramps on my rip, legs and foot, shortness of breath and mentally confuse.The pain was so hard that I could not support and was really agitated.
The firefighters arrived in a few minutes I tried to cooperate with them but couldn’t, because I was extremely out of my mind and they put me on the stretcher and gave me O2, IV and morfine. They also brought me to the nearest hospital, where I had more medications and after being medicated, they bathed me with vinegar and I was about 30 minutes in a warm shower After some hours, I was feeling better and could go home.
Today is October 29th and I have been feeling that the effect of the medicines has passed and I am feeling muscle pain from head to toe.
However, the burn marks decreased.
COMENTÁRIOS
Comentários específicos:
Dr Haddad
– O guarda-vidas atingido não deixa claro como ocorreu o contato, mas dá a impressão que foi vitimado como aconteceria com um banhista e não por condições de trabalho.
– Raspar os tentáculos com um cartão foi uma atitude correta. Interessante foi a aderência de vários tentáculos, que não é comum.
– Note que as cãibras não são cãibras verdadeiras e sim comprometimento de musculatura estriada pelo veneno. Esse é o mecanismo que pode causar óbito, especialmente em crianças, por atingir a musculatura estriada cardíaca.
– A questão da água quente ou fria é ainda uma dúvida na literatura. Para mim as duas funcionam, pois fazem com a temperatura local da lesão atingida fique fora da temperatura ideal para ação das toxinas.
IMPORTANTE SABER
As “queimaduras” por águas-vivas, cientificamente chamada de “envenenamento por cnidários”, vem ocorrendo epidemicamente no período do verão nos últimos cinco anos, particularmente na região Sul do Brasil, atingindo milhares de pessoas. Vários fatores estão envolvidos no aumento das águas-vivas, mas o grande número de banhistas nas águas aumenta a possibilidade de contato com estes animais e assim a ocorrência de lesões. Esta recomendação tem como proposta diminuir a gravidade do problema, e para tal informar quando os acidentes ocorrem como evitá-los e o que fazer quando as lesões acontecem.
CLIQUE
Autores principais: Vidal Haddad Junior1, David Szpilman2, Marcelo Szpilman3,
Colaboradores: Lúcia Eneida Rodrigues, João Claudio Campos Pereira, André Carrara Morandini4,
Instituições envolvidas: Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista1, Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático – SOBRASA2, AquaRio3, Departamento de Zoologia – USP4.