Uso de Colete salva-vidas – Recomendação SOBRASA

O Brasil possui uma das mais extensas áreas de água para o lazer e navegação do planeta com uma costa de 8.000 km e 35.000 km de rios navegáveis. O clima tropical incentiva o uso durante o ano todo, aumentando o risco de afogamentos que é a 2ª causa óbito de 1 a 9 anos, 3ª de 10 a 19 anos, 4ª de 20 a 25 anos e ocorre seis vezes mais em homens. Em 2014, 6.000 brasileiros morreram afogados e mais de 100.000 incidentes não fatais de afogamento ocorreram. Destes, 76.5% são mortes em rios, lagos e represas ou durante o uso de embarcações e poderiam ter sido evitados pelo simples e eficiente uso de um colete salva-vidas. Os casos fatais são 5 vezes maior na região Norte do Brasil onde o risco é mais elevado devido a grande rede hidrográfica do rio Amazonas. Fora o fato da perda de uma vida, cada óbito por afogamento custa R$ 210.000,00 ao Brasil, o que totaliza uma perda econômica estimada de R$ 1,2 bilhões ao ano. O colete salva-vidas é das mais potentes ferramentas reativas (utilizada durante a reação a um evento) capaz de reduzir a gravidade do afogamento, pois fornece ao potencial afogado, tempo de ser resgatado, em caso de ser uma vitima consciente ou em caso de inconsciência por manter suas vias aéreas fora da água.

Os coletes possuem diversas aplicações, tipos e conforto diferentes conforme o risco e atividade que a pessoa em risco será submetida. Esportistas aquáticos utilizam um colete flutuador que usualmente não possui a capacidade de força rotacional e, portanto não protege contra estados de inconsciência dentro da água. A maior parte das vítimas tem o colete salva-vidas na embarcação, mas não o veste. Sempre vista seu equipamento, pois 9 em 10 afogamentos ocorrem em águas calmas, abrigadas e a poucos metros do resgate. 54% dos incidentes com embarcações ocorrem nos rios da Amazônia. Em contraste no Sul e Sudeste do país, a maioria dos acidentes ocorre durante a pesca, esportes e recreação. Tendo como objetivo elencar a importância e a escolha do uso correto de um colete salva-vidas e apresentar outros equipamentos individuais de flutuação, esta recomendação de segurança discorre sobre todos os tipos de coletes salva-vidas.

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Autores principais: David Szpilman, Carlos Smicelato,
Colaboradores: Luiz Cortez (Bote salvavidas – Chile),

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Dr David Szpilman

Dr David Szpilman - Sócio Fundador, Ex-Presidente, Ex-Diretor Médico e atual Secretário-Geral da SOBRASA; Ten Cel Médico RR do CBMERJ; Médico do Município do Rio de Janeiro; Membro do Conselho Médico e Prevenção da International Lifesaving Federation - ILS; Membro da Câmara Técnica de Medicina Desportiva do CREMERJ. www.szpilman.com