Torres, postos e cadeiras de Salvamento Aquático

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Luiz “Dunga” Morizot

Matéria de Luiz “Dunga” Morizot, M.S., Paramedic,
Miami-Dade Fire Rescue
Ocean Rescue Captain
A decisão de que material uma torre de vigia deve ser construída depende de vários fatores entre eles estão:
1) a necessidade de construir algo pré-fabricado ou uma torre com diâmetros e moldura específicas,
2) o recurso financeiro disponível,
3) a localidade aonde a torre ficará, ou seja, na beira de uma avenida ou no meio da praia (areia). No Rio de Janeiro, as torres são localizadas bem cerca das avenidas portanto são feitas de prédios de cimento. Na Florida, a maioria das torres são feitas de madeiras, ficam no meio da praia, e necessita-se de ter a habilidade de move-las para trás em casos de Hurricanes (ventos fortes) e enchentes causadas pelos Hurricanes.

Na Califórnia, o predominante e o material de fiberglass. O fiberglass e mais quente do que a madeira portanto perfeito para o clima mais frio da Califórnia. Na Flórida o verão e muito quente e a madeira não absorve tanto o calor como o fiberglass portanto viável para esse clima. A Califórnia tem muito problema de mendigos que botam fogo em estruturas de madeira para aquecerem-se durante o rigoroso inverno, nas quais, algumas das torres de madeiras exigentes foram quebradas para utilizar pedaços da torre para fazer fogueira.

Na Flórida, o Miami-Dade Fire Rescue (MDFR) optou por utilizar madeira pelo fato que queríamos construir a nossa própria torre dentro das medidas que achamos necessárias. As torres pré-fabricadas não permitem muitas alterações. O custo foi de $26.000 cada uma, na construção de 30 torres. Construímos torres mais altas do que o normal visto na Flórida para facilitar a vigia da beira d’agua. Utilizamos escada ao invés de rampas, pois descobri que mais acidentes aconteceram em rampas do que em escadas. Se pararmos para pensar, descer uma escada rápida com corrimão nos lados aonde o Guarda Vidas pode apoiar-se, e um movimento mais fácil do que descer uma rampa correndo. A rampa molhada, e mais escorregadia do que uma escada molhada devido a inclinação. A rampa com areia também e mais escorregadia do que a escada com areia. Quanto mais alta for a torre, mais larga a rampa tem que ser, oque cria um aumento de velocidade no final da rampa. A escada, pode ser mais larga que não aumenta muita a velocidade de descida.

Colocamos a escada indo para o lado da torre e não para a frente em direção ao mar. A razão pelo qual, e o fato de necessitarmos que a escada esteja anexada na plataforma de base da torre (skid). Com isso, quando temos um Hurricane, agente move a torre para trás com um trator facilmente. A escada move junto com a torre sendo esta uma peça única. Se a escada for colocada na frente da torre, não há como monta-la em cima do Skid e necessitará de ferramentas e muito tempo perdido para desconectar a escada da torre. Ao colocar a escada de volta, esta nunca fica a mesma. Nota: Antes de construirmos as novas torres, MDFR tinha rampas indo para a frente da torre. A nossa experiência de retirar as rampas e anexa-las de volta foi péssima. Hoje em dia, não pensamos em construir algo indo para a frente da torre, somente para o lado. Nota: Muita gente pode vir a questionar que o Guarda Vidas tem que manter os olhos no afogado quando estiver descendo na torre e que a escada lateral não propicia isto. Na minha experiência de treinamento com os GV’s, mesmo que a escada seja frontal, o GV tira os olhos do afogado durante a descida na rampa ou na escada, com isso não importa se a escada e frontal ou lateral já que o contato visual será perdido temporariamente. Além disto, a praticidade de mover a torre como uma única peça, e algo muito importante na Flórida. Agora se a sua torre for bem afastada do mar e não existirá nenhuma necessidade de move-las, a escada frontal faz sentido.

Quanto ao estudo apresentado em Portugal no “World Water Safety” 2007 “Occupational Injury among Ocean Rescue Lifeguards, When, Where and How”:
4 municipalidades e 5 praias foram estudadas na Florida.
365 casos de acidentes de trabalho entre Guarda Vidas de praia (2001-2006) foram analisados através da coleta do formulário do Estado da Florida que e obrigatório em acidentes de trabalho (Worker’s Compensation Form).
Podemos averiguar o sexo, idade, época do ano, hora do dia, mecanismo do acidente, parte do corpo mais afetada, equipamentos que causaram mais acidentes, diagnostico inicial da lesão e tempo de serviço quando ocorreu a lesão.
As Torres de vigia foram a segunda maior causa de acidentes de trabalho (14.5%) somente atrás do treinamento físico (31%)
Os pés e tornozelos, foram a parte do corpo mais afetados com 68 casos, seguido da coluna com 44 casos.
Idade com o maior numero de acidentes foi 47.

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Dr David Szpilman

Dr David Szpilman - Sócio Fundador, Ex-Presidente, Ex-Diretor Médico e atual Secretário-Geral da SOBRASA; Ten Cel Médico RR do CBMERJ; Médico do Município do Rio de Janeiro; Membro do Conselho Médico e Prevenção da International Lifesaving Federation - ILS; Membro da Câmara Técnica de Medicina Desportiva do CREMERJ. www.szpilman.com