Saiba avaliar uma ressuscitação dentro da água – grau 5 de afogamento

Um caso de parada respiratória durante uma competição de apneia.
Vídeo enviado por Pessanha

ALGORITMO DE RESSUSCITAÇÃO DENTRO DA ÁGUA

Afogado inconsciente (0.5%): a medida mais importante é a instituição imediata de ventilação ainda dentro da água. A hipóxia causada por afogamento resulta primeiramente em apnéia, ocasionando parada cardíaca em um intervalo de tempo variável, porém curto, caso não seja revertida. A ressuscitação ainda dentro da água (ventilação apenas) proporciona à vítima uma chance 4 vezes maior de sobrevivência sem seqüelas. Os socorristas devem checar a ventilação e se ausente iniciar respiração boca-a-boca ainda na água. Infelizmente, compressões cardíacas externas não podem ser realizadas de maneira efetiva na água, logo só devem ser realizadas fora da água.

• Sem equipamento – só é recomendável com dois guarda-vidas ou com um guarda-vidas em água rasa(figura).
• Com equipamento – Pode ser realizado com apenas um guarda-vidas. O tipo de material deve ser escolhido conforme o local do resgate. O material de flutuação deve ser utilizado no tórax superior, promovendo uma espontânea hiperextensão do pescoço e a abertura das vias aéreas.
• Nota: Casos de ventilação dentro da água não são possíveis de serem realizados com barreira de proteção (máscara), por impossibilidade técnica, sendo aconselhável a realização do boca-a-boca. O risco de adquirir doenças, como a AIDS nesta situação é uma realidade, embora não exista nenhum caso descrito na literatura em todo mundo até hoje. É recomendável que todos os profissionais de saúde sejam vacinados para hepatite B.

Considerando a baixa incidência de TRM nos salvamentos aquáticos e a possibilidade de desperdício de precioso tempo para iniciar a ventilação e oxigenação, a imobilização de rotina da coluna cervical durante o resgate aquático em vítimas de afogamento sem sinais de trauma não é recomendada

PONTOS IMPORTANTES
1. Ao fazer a ventilação boca-a-boca lembre-se dar um intervalo entre cada ventilação, virando seu rosto e olhando ao tórax para verificar se a ventilação foi eficaz.
2. Quanto mais correta as manobras, maiores as chances.

PS: Observe que no vídeo, enquanto o resgatista não fez o boca-a-boca correto, nada acontecia. Foi somente após o boca-a-boca que a vitima ressuscitou.

 

 

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Dr David Szpilman

Dr David Szpilman - Sócio Fundador, Ex-Presidente, Ex-Diretor Médico e atual Secretário-Geral da SOBRASA; Ten Cel Médico RR do CBMERJ; Médico do Município do Rio de Janeiro; Membro do Conselho Médico e Prevenção da International Lifesaving Federation - ILS; Membro da Câmara Técnica de Medicina Desportiva do CREMERJ. www.szpilman.com