VIDEO EM BONDI BEACH – afogamento grau 6 – Avaliação crítica – Dr David Szpilman

VIDEO EM BONDI BEACH – afogamento grau 6
Avaliação crítica – Dr David Szpilman

Sobre o video de BONDI Beach
Nossa intenção é o aprendizado e a critica construtiva.
Isto poderia ter ocorrido em quase qualquer praia guarnecida no mundo todo.

1. Falhou a prevenção. Como assim os principais guarda-vidas da praia estavam fazendo foto, e aconteceu de surgir na arrebentação um corpo que ninguém sabe da aonde veio. Cadê o GV de serviço? A mídia reporta como se fosse um grande feito, e é um tremendo fracasso para um serviço de salvamento.

2. O foco da reportagem é na RCP e não em todo contexto de falha da prevenção ou no tardar da reação, como se realizar a RCP fosse o grande ato de heroísmo.

3.O primeiro atendimento focou na limpeza das vias aéreas e em carregar a vitima mais acima na areia.
Este não é o procedimento de maior benefício, e sim tratar no próprio local, checar se a vitima responde, se não responde acionar o SAV e então abrir vias aéreas e checar ventilação. Se não houver respiração, iniciar 5 ventilações artificiais.
O uso de bag+mask não é o melhor na ventilação, pois esta fadado a vários erros neste cenário. O boca-a-boca com ou sem uso de mascara (tipo pocket mask) é superior.

4. As compressões estão em ritmo muito lento e não há uma bom sincronismo da RCP.

5. O uso do DEA é importante, pois não sabemos os fatores precipitantes, e poderia ser um caso de mal súbito, mas não necessita ser a mais importante neste contexto.

6. A possibilidade de TRM existe, mas é remota. Em praias, apenas 0.09% de todos os salvamento realizados.

7. Ao final a vitima foi ressuscitada com o auxilio do DEA (pode ocorrer no processo de RCP que a melhora na oxigenação retorne em ritmo desfibrilavel, nestes o DEA ajuda, mas sem ele teríamos um resultado possivel de sucesso semelhante) e aparentemente sem sequelas, o que demonstra que mesmo não fazendo tudo a risca no protocolo, ainda sim as chances de sucesso existem.

È importante reforçarmos a importância da prevenção e praticarmos o protocolo de atendimento ao afogado com freqüência, pois na hora H, ele deverá estar automatizado, evitando com isto perda de tempo em procedimentos não necessários ou prioritários bem como a possibilidade de redução no sucesso da RCP.

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Dr David Szpilman

Dr David Szpilman - Sócio Fundador, Ex-Presidente, Ex-Diretor Médico e atual Secretário-Geral da SOBRASA; Ten Cel Médico RR do CBMERJ; Médico do Município do Rio de Janeiro; Membro do Conselho Médico e Prevenção da International Lifesaving Federation - ILS; Membro da Câmara Técnica de Medicina Desportiva do CREMERJ. www.szpilman.com